quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vamos dividir?

O Nego confuso Nu deu uma idéia maravilhosa. Meu amor podia ser assim: você fica com Inês 4 meses e meio e eu mais 4 meses e meio. Aí eu respondi: oxi se fosse assim eu podia até parir!!!!

Brincadeiras à parte, fiquei feliz e segura de saber ele aqui. Agora a natureza não nos deixa dividir assim igual, igual. Mas vem muita coisa por aí e (ufa), ele está aqui e querendo exercer sua metade.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Na porta

Colei na porta o nome Inês. Feito à mão por Jaci, esposa de Chiquinho (meu chefe). Carinhos bordados ponto por ponto. Vários corações, cada um com uma letra. I N Ê S Surpresa para quando o Nego chegar de viagem. Ali tá dizendo o que em breve estarei vendo. Uma pessoa chamada Inês. Uma pessoa pela qual já sinto um amor inenarrável que, claro, deve aumentar ainda. Uma filha.

Essas coisas da vida normal mas que deixam a gente meio atarantada. Vou ter uma filha. Para o resto da vida aquela pessoa vai estar comigo (tomara), vou dar e ensinar a comer, fazer xixi sem fralda e cocô no banheiro. Vou educar e vou ficar tentando levar pelos melhores caminhos da vida. Tentando porque ela, como todos nós, vai cair e se cortar e vai chorar de amor. Vida isso né?

Vou ter medo de perdê-la e esse medo vai ser tão grande, tão grande que vou precisar ter juízo. Vou ter um cuidado imenso. Vou ensiná-la a gostar de carnaval e respeitar se ela não gostar. Também vou ter raiva dela, principalmente se ela for desaforada feito eu. Vou torcer muito pra ela ser feliz e vou fazer das tripas coração para que isso seja fato.

Vou chorar em todas as festas de colégio. Vou brigar se ficar de recuperação e vou ficar impaciente quando ficar adolescente (não tenho muita paciência com adolescentes). Vou fingir que não sei algumas mentiras. Vou me aperriar para que passe no vestibular, vou torcer por uma vida profissional massa e ver tudo se repetir, feliz da vida.

Vou ensinar ela a ser uma pessoa boa. Ela vai saber direitinho o que significa honestidade, respeito, solidariedade e amor.

Sabe o melhor de tudo? É querer que seja tudo tão absolutamente normal como a maioria das famílias do mundo. Como um filme de sessão da tarde. Simples assim.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De bucho e coração cheios

Acordar com o Nego abraçando a barriga e dizendo :- Bom dia, minha filha!
Dormir cantando pra ninar Inês
Sonhar com ela
Falar com ela dormindo
Nadar pensando nela
Olhar pra casa e imaginar ela ali
Sem querer, ver que você parou com a mão na barriga
Ver meu pai olhando pra barriga
Minha mãe rindo e dando beijo na barriga
Dudu fazendo casinha para Sofia (que Inês vai arregar)
Chorar quando ganhar laçinho, ganhar roupinhas, ganhar calça bunda-rica, ganhar coisinhas com o nome dela
O povo começando a ver que você está grávida e não gorda
Imaginar a carinha dela (sem conseguir)
Rezar pra ela ter saúde

domingo, 18 de outubro de 2009

O primeiro parto

Das 20 grávidas conhecidas, o primeiro parto
Chegou Heitor, filho de Ana e Irineu, parido a parto normal com 50cm e 3,5kg. Obs.: sem anestesia (parideira a menina).
Vamos novamente a lista das grávidas
1 - Ju Romão e Laércio + Bernardo
2 - Mariana Asfora e Eduardo + Alice
3- Eu e Nego Nu + Inês
4 - Neusa e Cesar Rocha + um menino Rocha
5 - Sandrinha e Fernandinho
6- Maria Chaves e Guila
7- Manu e João
8- Xarlene e Dado
9 - Joana Mendonça e Nara
10 - Claudinha Soul e Jô
11 - Eloy e Karla
12 - Tati e Dirceu
13 - Mari Fanta e Mané
14- Lila e o marido dela que não lembro o nome
15 - Carol galega de Olinda e o marido que não conheço
16- Renata Duarte e Flávio + Camila
17 - Gisele e o marido + uma menina
18 - Leila e Marcel + uma menina
19 - Mariana (prima do Nego) e o marido + Maria Clara
Ufa, acho que acabou né?

Ano Fértil

Faz 10 meses fui fazer um mapa astral. No fim a senhorinha com cara de duende tirou uma carta: fertilidade. Depois disso passou-se um tempo, alguns meses. E junto com suas flores, desde abril desse ano, até abril do ano que vem, tive e terei alguns partos. O último, com certeza o mais importante do ano.

Alumia, o meu documentário filmado com Andrea Ferraz, é o que pode se chamar de um parto a fórcepes. Depois de longos 10 anos da idéia, três anos de filmado e dois de editado, parimos o filho. Foi preciso o Ateliê (produtora dos meus amigos Maia e Barretinho) pegarem as colheres metálicas para tiraram o menino do ventre materno. Não faltava ventre porque fomos dois: eu e minha companheira Déa. Enfim, tá no mundo. Eu fico só tentando cuidar, levar o documentário pelos melhores caminhos, para mais pessoas verem. Já Déa, gosta mesmo é de gerar, depois que ele é do mundo (ela já me disse ) que vá.

Na sequência, final de junho eu e o Nego parimos nossa casa. Foram 7 meses de reforma. Um bebê pré-maturo, mas no caso de uma reforma já tinha passado do limite dele. Já estávamos em sofrimento. Agora a gente nem lembra mais do parto, de tão gostoso que é o ninho.

Início de agosto, foi o Pé na Rua. Programa gerado a vários ventres. De embrião triste, vida gerada pela morte. Coisa estranha de escrever. Um sonho acalentado em vários juízos. Esse filho dá trabalho e muito orgulho. Ele tem como uma contagem regressiva eterna no meu pensamento. Sou uma das responsáveis por arranjar a força pro coração do programa bater. Tenho que arranjar dinheiro pra ele sobreviver. Eita negócio complicado. Um parto que vou ficar sempre parindo, como se fosse um filho especial. Proporcional a isso são as alegrias, um orgulho imenso e uma certeza de filho iluminado sabe? Especial mesmo. Essa semana tem homenagem na Câmara dos Vereadores ao programa, que chique né? Vai no site www.penarua.tv.br lá vc pode ver o filhote.

Final de março, começo de abril vou parir Inês. Como toda grávida, fico pensando como ela vai ser. Mas no final desses pensamentos eu torço feliz que ela apenas seja! Do jeito que ela for. E do jeito que for seja com saúde que é o mais importante!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nadando

A gente tá nadando. Aos poucos eu vou aumentando a quantidade de metros. Estou gostando, acho que Inês também, porque ela não reclama. Fico viajando que estamos as duas dentro d'água. Aliás viagem é um coisa que a pessoa fica mesmo quando está grávida. Eu mesma tento não ficar pensando muito nessa parte da formação da criança. Porque tá tudo na sua mão, ou no seu corpo, sabe? Uma responsa muito grande. Aí, como tento fazer em tudo na minha vida, prefiro levar leve.
Bora nessa, nadar, caminhar, trotar (a médica deixou correr de leve). Bora nessa se formar em paz, ter saúde, porque alegria tenho certeza que você vai ter.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ninar

São inúmeras as músicas maravilhosas para se ninar crianças. Lembro que até grandinha lá em Itamaracá a melhor coisa do mundo era ser ninada por mamãe cantando na rede. Dudu era bem mais novinho e sempre era ninado. Quando Dona Teca se preparava, colocava a rede no final do terraço e eu via que ia rolar sessão ninar, eu logo me abuletava pra aproveitar.

Eu vou ninar minha pequena Inês. Ponto. Claro que não vai ser no braço, sacudindo pra cima e pra baixo toda noite. Mas eu vou cantar pra ela as músicas que ouvi e que achava a expressão maior do amor. Vou sim colocá-la na rede e cantar as travessuras do macaco simão e da velha Firinfinfélia, o leãozinho caminhando sob o sol e o romance da bela Inês.

Vou de saltimbancos até a arca de Noé. Vou errar as letras e ela vai aprender assim, com a letra errada. E coitada, vai ter que ouvir a minha voz rouca e desentoada. Mas acho que no fim, ela vai amar e assim dormir em paz. Ela também vai saber que não vai ser toda noite. A gente vai encontrar o nosso equilíbrio.

Sete Cantigas Para Voar

Composição: Vital Farias

Cantiga de campo
De concentração
A gente bem sente
Com precisão
Mas recordo a tua imagem
Naquela viagem
Que eu fiz pro sertão
Eu que nasci na floresta
Canto e faço festa
No seu coração
Voa, voa, azulão...

Cantiga de roça
De um cego apaixonado
Cantiga de moça
Lé do cercado
Que canta a fauna e a flora
E ninguém ignora
Se ela quer brotar
Bota uma flor no cabelo
Com alegria e zelo
Para não secar
Voa, voa no ar...

Cantiga de ninar
A criança na rede
Mentira de água
É matar a sede:
Diz pra mãe que eu fui para o açude
Fui pescar um peixe
Isso eu num fui não
Tava era com um namorado
Pra alegria e festa
Do meu coração
Voa, voa, azulão...

Cantiga de índio
Que perdeu sua taba
No peito esse incêndio
Céu não se apaga
Deixe o índio no seu canto
Que eu canto um acalanto
Faço outra canção
Deixe o peixe, deixe o rio
Que o rio é um fio de inspiração
Voa, voa, azulão...