domingo, 27 de julho de 2008

Presente

Quando aqui chegamos, a casa parecia vazia. Não era lá muito engraçada. Uma mansão como outra qualquer, tinha teto e tinha seu Beba. O caseiro. Ele mora aqui, no quartinho dele com a seguinte decoração: geladeira, televisão com antena, um cama com colchão e lençóis devidamente surrados pelos anos de uso.

Aos poucos isso aqui virou uma ocupação. Fomos chegando, definindo espaços e criando laços. Ele sempre muito cuidadoso. Com seus olhos trocados, sofridos com o estrabismo, confunde o entendimento dos desavisados de sentimento.

No último dia 22, completei 30 anos. De presente, um bolo com o clássico parabéns e uma surpresa: Seu Beba com um buquê de flores, um vestidinho da Maria da Silva e um discurso:
- Dona Carol, eu tô aqui falando por todo mundo, vi? Esse é um presente de todo mundo pra senhora...

Esse foi o pedaço que eu ouvi, ele falou mais, só que dos meus olhos e do meu coração saltaram lágrimas diante de tamanho afeto e delicadeza. Dei graças a Deus por conhecer pessoas novas. Dei graças a Deus por ter saúde e alegria. Dei graças a Deus por me emocionar sempre com gente assim feito seu Beba que faz com que a gente acredite sempre que o mundo pode ser melhor. Dei, também, um abraço imenso nele e ganhei um maior ainda.

O mundo às vezes parece rude. Mas não há de ser nada não, se olhar trocado feito seu Beba, sorrir um sorriso doce feito o dele, tudo pode ficar mais leve.

Para Seu Beba e toda a equipe da Almada