quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Feliz tempo novo

Como vocês notaram, faz uma data que a pessoa não atualiza o blog né? A labuta diária, iniciando normalmente às 3h da matina me fez sair um pouco de tempo na vida. Fiquei sem fazer as coisas que mais gosto e quando conseguia fazer, ficava tudo muito cansado. Normal. Esse é o tempo de trabalhar duro.

Como boa aprendiz do jogo do contente, logo resolvi tirar proveito dos vários nasceres de sol que vi em diversos pontos da cidade. O melhor de todos foi no Alto 13 de Maio. Pra quem nunca foi, esse é o ponto mais alto da cidade e de lá, dá pra ver as melhores coisas do Recife: o mar e o Arrudão!!! É lá pras bandas do Vasco da Gama. Lindo! Chegamos lá pontualmente às 3h e começamos a armar o nosso circo, ops set. E aí as pessoas começaram a fazer seu cooper, morro acima, morro abaixo. E uma senhora da caminhada matinal/madrugadal logo nos informa que só faltam 10 minutos pra ele surgir lá no horizonte. Bem no tempinho dito por ela, lá vem ele, forte, lindo. O sol. No seu tempo ele vem subindo e aí essa mesma senhora pára e abre os braços de frente pra ela contemplando. Aquela luz linda dos primeiros raios, aquela pele sofrida e essa alegria simples da alma, do estar vivo. Aí ela olha pra mim e diz: “fia, isso é a coisa mais linda”. Concordo. Fico só com a vontade de dizer que mais do que o sol, ela. Pena que a câmera estava apontada para uma outra coisa que não aquilo. Nada mais verdadeiro do que aquela criatura moradora daquele morro contemplando o sol. Mas publicidade não é isso né? Mas isso são outros quinhentos... O outro amanhecer foi dentro do rio. Ontem fiz um passeio de catamarã das 3h às 5h30. Lindo nascer do sol dentro do rio. Pura poesia.

Voltando ao tema do tempo, no finde passado fui pro interior de Minas com o Nego, Palula, Renata, Zé Cândido e Caris. Eita cidadezinhas lindas. Pra se ver: outros tempos do Brasil. Pra se vender: santos, oratório e relógios. Pra se beber: vinho e pra comer Tutu e pão de queijo. E pra se divertir essa galerinha maravilhosa que fez com que meu corpo e mente se alterasse pra voltar ao tempo do ter tempo.

Mas ter tempo de quê? Fiquei viajando nisso. Na questão do tempo. Li umas linhas de alguns filósofos. O tempo do movimento de Aristóteles, o ser e o tempo de Heidegger só me deixaram ainda mais confusa com relação ao tempo. Aí sabe do que mais. O tempo é o de cada qual.

Tem gente que pensa no tempo que vai ser. Que vive o tempo de agora pensando no tempo que ainda vai chegar. Tem gente que vive o tempo de agora, do instante no tempo que já passou, como estrelas. Tem pessoas maravilhosas que conseguem viver no tempo de agora e ponto. São felizes hoje. Isso é bom. Tem gente também que não vive em tempo nenhum, na verdade o tempo vive e move elas, vivem esperando o tempo de viver até se acabar.

Eu sei não. Acho que a gente passa tempos de um jeito e de outro. Confesso que quero ter paz de espírito pra ter tempo de ter tempo e aproveitar o tempo que se tem e ser feliz e fazer o bem (eita rimou). Espero que nesse tempo de hoje e de amanhã e de sempre, a gente consiga amar mais, sorrir mais, fazer mais pessoas felizes, respeitar mais, ser mais companheiro, ser sempre honesto, humilde e solidário. Um feliz tempo novo pra todos nós.