sexta-feira, 27 de abril de 2007

Campos estrelados

Férias. Eita palavrinha boa essa. Assim férias daquelas que nem o celular toca. Essa é das boas. Confesso que tava afins demais disso. Agora a história é a seguinte: o bicho não vai tocar, nem que eu queira!

Não sei vocês, mas sou do tipo da pessoa que até pra almoçar em servservi, tem que ter gente do lado. Não sei se foi criação ou é o jeito próprio da menina, mas o que acontece mesmo no dia a dia é que a única coisa boa de se fazer só, e olhe la, é ir ao cinema! E aí vou eu, em tratamento de choque, passar 28 dias caminhando no interior da Espanha, sozinha. Ou vai, ou racha!

Admito o medinho da solidão virar angústia. Sim, porque não tem sentimento esse pior do que a angústia, tristeza é fichinha para o nó no peito que a angústia dá. Mas enfim, o fato é que entre uma passada e outra espero que a solidão não seja assim tão presente e sim um monte de conversas, comigo mesma. Entre um km e outro (dos 25 diários), espero ouvir outras coisas, coisas que no zunzunzun da vida corrida não se ouve, não se vê, não se fala e nem ao menos se lembra que existe.

Fora o mp3 que o Nego com o maior carinho do mundo preparou, vou ouvir o que já tá dentro de mim: a voz dele ao pé do ouvido falando eu te amo, a risada da minha mãe, o silêncio do meu pai lendo, o barulho dos meninos e a vozinha alegre de Thais chamando tiiiiiia. Quero ouvir a voz das pessoas que tanto entrevistei, que tantas histórias têm pra contar e quero ter certeza de que quero muito ouvir e dar voz àquelas que nunca nem encontrei; quero ouvir o que a natureza tem pra me dizer e quero ouvir também os amigos, sempre. Quero também ouvir o que nem imagino que exista, quero mais o divino amor da vida. Quero me saber só e ficar em paz, me curtir. Até chegar em Compostela e ver o campos estrelados do lugar...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Meu querido diário

Foi Danuza. A culpa é dela. Li, numa dessas revistas de cabeleireiro (nada contra, adoro), um texto dela que dizia que a pessoa tinha que escrever um diário. Escrever na agendinha o seu dia, os seus sentimentos do dia, o olhar do dia, o não enxergar, a idéia, qualquer coisa. Segunda dona Danuza, o bom é escrever e, melhor ainda, é ler depois. E depois de algum tempo. Concordo com ela.

O blog é o diário da modernidade. É ótimo, encurta distâncias, você fica à par das novidades alheias e até das suas mesmo. Se desnuda (e aí é preciso coragem). E se a pessoa sabe brincar com a arte das palavras, aí emociona, faz rir ou chorar. Meche. Deu vontade. Lendo outros blog’s (em especial o do Uirapuruzinho e o Turbante de Naire) me bateu uma vontade incrivi de escrever. De exercitar um hábito que na verdade nunca me apeteceu muito.

Fiquei pensando, vou fazer um blog com tema. Falar de mulher. Não, que frescura. Falar de mundo, de gente do bem, de esperança. Não, não... Enfim, vou falar do que der na telha. Vai ser feito aquelas agendas que a gente fazia quando era adolescente, lembram? A gente cortava as Caprichos e colava.... Vixe, fiz demais! O capricho agora é outro. É virtual e rapidinho. Dando ouvidos aos conselhos de Danuza e para economizar o dinheiro curto da menina aqui que vai viajar, crio esse blog.

Enfim, vocês amigos que me cercam e saberão da existência dessa página, poderão acompanhar minhas novidades pelos caminhos do mundo. Começo no de Santiago. A partir do próximo sábado vou ao encontro de nao sei bem o quê. A idéia é passar um tempinho sozinha comigo, exercitar uma vida mais simples, ter mais determinação e quem sabe, ser uma pessoa melhor. Bora nessa! No caminho levo o bom e velho caderninho e em algumas cidades do interiorzinho da Espanha rola um internet e aí posto aqui pra vocês ficarem sabendo um pouco do que tá rolando.