segunda-feira, 17 de março de 2008

Flores de março


Foi domingo, com o pé de cachimbo e tudo que a danada saiu. Eu já estava esperando, já tinha visto que ela se anunciava. O broto ameaçava abrir. Acompanhei ele chegando, crescendo... Que a minha varanda fosse um quintal de Alceu, ela vinha como na bruma leve das paixões que vêm de dentro. Lá saiu a rosinha, toda linda da cor de champagne.

A flor é o órgão sexual nas plantas, a função dela é assegurar a reprodução (viva o wikipédia). Claro que eu não me lembrava disso. Já não era tão chegada nas aulas de biologia, avalie 15 anos depois...

Bem, a questão é que fiquei boba de alegria com a florzinha. Quem acompanha o blog sabe bem que eu não sou muito jeitosa com plantas e pra mim aquilo foi uma vitória. Também fiquei besta com a simplicidade dessa alegria. Que coisa mais besta: ficar podre de feliz com uma rosinha.

Empolgada com a situação da minha estrondosa carreira na jardinagem, fui remexer na terra, colocar adubo, podar o manjericão e a hortelã. Reciclei um móvel numa casa de móveis velhos pra colocá-las lá. Toda, toda. Peguei na terra, troquei energia e alegria e fiquei ali na varanda admirando as plantas e paquerando o Nego lendo jornal. Tive a certeza que estava no lugar certo, na hora certa, com as companhias certas e tendo certeza que aquele é o melhor lugar do mundo!

E viva os pequenos prazeres!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Reciclar

Eu tenho parte com doar. Quando o guarda-roupa vai ficando cheio (ou as roupas vão apertando), eu faço uma sacolona e faço a feira das amigas. Além das amigas, a minha sogra (que é quem tem mais parte com doar que eu conheço), leva para a comunidade para um bazar dos R$ 0,50.

Também tenho parte com roupas, livros e CD’s usados. Adoro um brechó, um sebo e a banca de CD’s que só vende “orige”. Foi lá atrás do banco Safra que consegui o maravilhoso Rodésia de Tim Maia e presenteei o meu Nego Nu, que guarda o bicho com todo o cuidado do mundo.

No meu derradeiro dia de folga, passei lá no sebo. Fiz a festa. Um monte de livros por 10, 15 e no máximo vintinho. Todos novinhos em folha. Cada um com a assinatura de uma pessoa. Paulo, 1997; Ana, 2006 e por aí vai. Adoro. Quando começo a ler fico pensando no que será que Paulo, que já esteve com aquele livrinho na mão, pensou nos idos de 1987. Será que ele ainda está vivo? Será que ele gosta desse livro assim como eu? Como ele é cuidadoso, o rapaz.

Penso que não tenho o desprendimento de Paulo pra repassar o livro, mesmo que vendendo barato. Com livros e Cd’s, não consigo me desfazer e mais ainda, confesso que gosto de tê-los. Morro de pena de não ter os exemplares das Brumas de Avalon que devorei no auge da minha adolescência.

Acho maravilhosa a idéia de usar coisas usadas. Do livro lido, da música ouvida e da roupa usada. Solto a imaginação! Também confesso que acho ótimo isso de reciclar as coisas e não tenho problema nenhum de ter alguma coisa usada. Pra mim, usado é quase igual ao novo, só que melhor que vem com uma história.

Doar coisas é fácil, é só colocá-las na sacola e repassar. Há quem diga que doar amor, ou se doar, é difícil. Pode ser. Mas também é mais prazeroso. Ama mais, quem ama mais! E reciclar? Reutilizar coisas também é muito fácil. Difícil mesmo é reciclar sentimento sofrido. Pode ser. Mas também é mais prazeroso. Ama mais, quem ama mais!