terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A novela e o tempo

Eu tenho um tio que tá doente. Meu tio do coração. Um pai de juízo. Sempre conversamos muito e ele sempre me deu toques inesquecíveis. Quando ele se descobriu doente, ele mesmo disse que só tinha 1 ano e meio de vida. Isso já faz dois anos. Ele é forte. Ele enfrenta a doença com uma dignidade absurda. Ele geme de dor e ri de qualquer besteira. Ele é um gigante. Ele não se lamenta.

Como cantiga de grilo, sempre vamos assistir à novela das oito com ele. Já passamos pela Favorita, Caminho das Índias e agora estamos em Viver a Vida. Agora estou grávida. Vou lá na casa dele e vejo a morte, essa onça rondando em círculos. Vou com o bucho cheio de vida. Vou e vejo uma vida se concluindo e sinto outra se remexendo aqui dentro, uma que se principia.

Eu penso que essa danada dessa onça deve ter lá a hora dela, como tudo na vida. E penso também que ninguém quer a presença dela, apesar de todo mundo saber que ela chega. Penso que o melhor mesmo é se saber completo. Fiz tudo que pude na minha vida. Amei, fui feliz, criei filhos, estudei e passei conhecimento, trabalhei por mim e pelos outros, dei carinho, brinquei inúmeros carnavais, fiz mal natural e bem infinitamente maior, errei e pedi perdão e sou alguém de quem eu mesmo posso me orgulhar.

Pronto, meu tio é isso aí. Ainda bem que ele existe na minha vida e já existe na de Inês também. Tenho fé que vamos tirar uma foto juntos pra guardar esse encontro do tempo e do amor.

Meu tio é o cara.

O Filho Que Eu Quero Ter

Composição: Toquinho/ Vinicius de Moraes

É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar o filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem


De repente eu vejo se transformar num menino igual à mim
Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar um porque que não tem fim
Um filho a quem só queira bem e a quem só diga que sim
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem


Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro bei..jo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus
Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer Ter.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ecologicamente correta

Inês é uma menina ecologicamente correta. Quase a totalidade dos itens do enxoval são de segunda mão. Eu acho ótimo. Aceito doações com o maior carinho.

Gosto demais dos lençóis e roupinhas que minha prima Beta me mandou do velho continente. Imagino o sono da filhota embalado pelo carinho da família Barbosa da Luz. O carrinho, bebê conforto, cadeira de balanço, conjunto de berço, banheira com trocador vieram da minha amiga de longas e longas data Jana Caminha. Quando fomos pegar a "mudança" o Nego deu um brinquedinho que tava no carro pra Isabel (a filha de Jana) e depois ela ficou dizendo pra Jana que "Ku Beck" deu (tradução Tio Black). O carrinho a turma da alegria tinha dado a Bebel. Ou seja, presente de todos circulando. Também acho lindo o exercício de desapego dos donos dos pertences. Um pertencer diferente. De Duda Campello vem mais uma cadeira de balanço e roupinhas pra maternidade.

Um monte de bem querer, um monte de energia boa passando de mão em mão. Adoro.

Somos várias


Almoço de sexta com 7 grávidas. Pense num telelei. Uma mistura de vários tipos: as preocupadas, as informadas, as tranquilas, as românticas e as que não sabem de nada. Achei muito engraçado quanta mulher diferente e todo mundo fazendo a mesma coisa: preparando uma pessoa. Cada uma a seu modo, com sua pitada de açucar ou sal. À gosto!
Tem mais uma pra lista: Emília e Pedrinho. Viva mais um tricolor!!!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mora em mim

Mora em mim uma ânsia de vida com mais de 15cm. Aqui mora toda a expectativa do mundo. Essa vida já se bole aqui dentro e remexe junto com meu útero, todo o meu juízo, todo o meu amor. Habita também uma curiosidade sem fim de saber como será a pessoa. A expectativa maior e enraizada, uma lanterna amarela ligada o tempo todo de cuidado, de saber saudável.
A inquilina aqui chegou na metade do tempo dela dentro do meu corpo só que o que eu sinto é como se fosse um pré-aluguel. Porque eu quero mesmo é fazer um contrato eterno. Enquanto a minha vida durar, que a dela esteja assim, associada à minha.
Existe em mim uma vida. Que está se formando a cada dia. Que depois que sair daqui de dentro com tudo que tem direito, vai se formar com um mundo. Existe o dedo do divino aqui dentro. O resultado de um amor, de um encontro.
Existe aqui dentro um querer gigante, o famoso pipoco do trovão. Dentro de mim pulsam dois corações.
Mora em mim uma pessoa chamada Inês.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sentindo outros sinais

Fora a minha fofa dando uns saltitos no meu bucho, tenho sentido uma dormência na mão. Chama Síndrome do Túnel do Carpo. Tô frita. Acordando com dor nas mãos à noite. Só de pensar que estamos na metade. Tô indo pra fisioterapia com minha cunhada Renata pra tentar melhorar. Mas parece que tem muita saída não. Doer até parir. Ok. Faz parte.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Eu já sinto teus sinais

Pronto, chegou o dia de escrever esse post. Quando eu era pequena, a gente morou fora do país e mamãe recebia so discos que eram lançados aqui no Brasil. Ela tava grávida de Dudu na época que Alceu lançou um disco que tem Anunciação. Ouvi tocar demais enquanto lavava os pratos. Sim porque D. Teca ficou "em repouso absoluto" e eu, do alto do meu metro de altura, ajudada por um banquinho, lava os pratos e ouvia a música. Quando virei adolescente sempre tive um carinho especial pela canção. Como boa canceriana, brincar no quintal e roupas quarando no varal é tudo de bom. Melhor do que isso, só de verdade com a própria filha.

Aí pra mim essa sempre foi a trilha sonora de uma gravidez. Eu tava doida pra Inês mexer pra escrever aqui nesse post que já sentia os sinais.E ela mexeu. Parece um peixinho, umas bolinhas, tão engraçado, tão delícia. O Nego menos confuso Nu colocou a mão e sentimos juntos. Eita que delícia. Muito bom essas coisas mais normais do mundo. Muito bom um mundinho novo se bulindo aqui dentro. Muito bom sentir teus sinais. Essa paixão todinha, valei-me...


Anunciação

Alceu Valença

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...(2x)

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!...

Na bruma leve das paixões
Que vem de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vamos dividir?

O Nego confuso Nu deu uma idéia maravilhosa. Meu amor podia ser assim: você fica com Inês 4 meses e meio e eu mais 4 meses e meio. Aí eu respondi: oxi se fosse assim eu podia até parir!!!!

Brincadeiras à parte, fiquei feliz e segura de saber ele aqui. Agora a natureza não nos deixa dividir assim igual, igual. Mas vem muita coisa por aí e (ufa), ele está aqui e querendo exercer sua metade.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Na porta

Colei na porta o nome Inês. Feito à mão por Jaci, esposa de Chiquinho (meu chefe). Carinhos bordados ponto por ponto. Vários corações, cada um com uma letra. I N Ê S Surpresa para quando o Nego chegar de viagem. Ali tá dizendo o que em breve estarei vendo. Uma pessoa chamada Inês. Uma pessoa pela qual já sinto um amor inenarrável que, claro, deve aumentar ainda. Uma filha.

Essas coisas da vida normal mas que deixam a gente meio atarantada. Vou ter uma filha. Para o resto da vida aquela pessoa vai estar comigo (tomara), vou dar e ensinar a comer, fazer xixi sem fralda e cocô no banheiro. Vou educar e vou ficar tentando levar pelos melhores caminhos da vida. Tentando porque ela, como todos nós, vai cair e se cortar e vai chorar de amor. Vida isso né?

Vou ter medo de perdê-la e esse medo vai ser tão grande, tão grande que vou precisar ter juízo. Vou ter um cuidado imenso. Vou ensiná-la a gostar de carnaval e respeitar se ela não gostar. Também vou ter raiva dela, principalmente se ela for desaforada feito eu. Vou torcer muito pra ela ser feliz e vou fazer das tripas coração para que isso seja fato.

Vou chorar em todas as festas de colégio. Vou brigar se ficar de recuperação e vou ficar impaciente quando ficar adolescente (não tenho muita paciência com adolescentes). Vou fingir que não sei algumas mentiras. Vou me aperriar para que passe no vestibular, vou torcer por uma vida profissional massa e ver tudo se repetir, feliz da vida.

Vou ensinar ela a ser uma pessoa boa. Ela vai saber direitinho o que significa honestidade, respeito, solidariedade e amor.

Sabe o melhor de tudo? É querer que seja tudo tão absolutamente normal como a maioria das famílias do mundo. Como um filme de sessão da tarde. Simples assim.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De bucho e coração cheios

Acordar com o Nego abraçando a barriga e dizendo :- Bom dia, minha filha!
Dormir cantando pra ninar Inês
Sonhar com ela
Falar com ela dormindo
Nadar pensando nela
Olhar pra casa e imaginar ela ali
Sem querer, ver que você parou com a mão na barriga
Ver meu pai olhando pra barriga
Minha mãe rindo e dando beijo na barriga
Dudu fazendo casinha para Sofia (que Inês vai arregar)
Chorar quando ganhar laçinho, ganhar roupinhas, ganhar calça bunda-rica, ganhar coisinhas com o nome dela
O povo começando a ver que você está grávida e não gorda
Imaginar a carinha dela (sem conseguir)
Rezar pra ela ter saúde

domingo, 18 de outubro de 2009

O primeiro parto

Das 20 grávidas conhecidas, o primeiro parto
Chegou Heitor, filho de Ana e Irineu, parido a parto normal com 50cm e 3,5kg. Obs.: sem anestesia (parideira a menina).
Vamos novamente a lista das grávidas
1 - Ju Romão e Laércio + Bernardo
2 - Mariana Asfora e Eduardo + Alice
3- Eu e Nego Nu + Inês
4 - Neusa e Cesar Rocha + um menino Rocha
5 - Sandrinha e Fernandinho
6- Maria Chaves e Guila
7- Manu e João
8- Xarlene e Dado
9 - Joana Mendonça e Nara
10 - Claudinha Soul e Jô
11 - Eloy e Karla
12 - Tati e Dirceu
13 - Mari Fanta e Mané
14- Lila e o marido dela que não lembro o nome
15 - Carol galega de Olinda e o marido que não conheço
16- Renata Duarte e Flávio + Camila
17 - Gisele e o marido + uma menina
18 - Leila e Marcel + uma menina
19 - Mariana (prima do Nego) e o marido + Maria Clara
Ufa, acho que acabou né?

Ano Fértil

Faz 10 meses fui fazer um mapa astral. No fim a senhorinha com cara de duende tirou uma carta: fertilidade. Depois disso passou-se um tempo, alguns meses. E junto com suas flores, desde abril desse ano, até abril do ano que vem, tive e terei alguns partos. O último, com certeza o mais importante do ano.

Alumia, o meu documentário filmado com Andrea Ferraz, é o que pode se chamar de um parto a fórcepes. Depois de longos 10 anos da idéia, três anos de filmado e dois de editado, parimos o filho. Foi preciso o Ateliê (produtora dos meus amigos Maia e Barretinho) pegarem as colheres metálicas para tiraram o menino do ventre materno. Não faltava ventre porque fomos dois: eu e minha companheira Déa. Enfim, tá no mundo. Eu fico só tentando cuidar, levar o documentário pelos melhores caminhos, para mais pessoas verem. Já Déa, gosta mesmo é de gerar, depois que ele é do mundo (ela já me disse ) que vá.

Na sequência, final de junho eu e o Nego parimos nossa casa. Foram 7 meses de reforma. Um bebê pré-maturo, mas no caso de uma reforma já tinha passado do limite dele. Já estávamos em sofrimento. Agora a gente nem lembra mais do parto, de tão gostoso que é o ninho.

Início de agosto, foi o Pé na Rua. Programa gerado a vários ventres. De embrião triste, vida gerada pela morte. Coisa estranha de escrever. Um sonho acalentado em vários juízos. Esse filho dá trabalho e muito orgulho. Ele tem como uma contagem regressiva eterna no meu pensamento. Sou uma das responsáveis por arranjar a força pro coração do programa bater. Tenho que arranjar dinheiro pra ele sobreviver. Eita negócio complicado. Um parto que vou ficar sempre parindo, como se fosse um filho especial. Proporcional a isso são as alegrias, um orgulho imenso e uma certeza de filho iluminado sabe? Especial mesmo. Essa semana tem homenagem na Câmara dos Vereadores ao programa, que chique né? Vai no site www.penarua.tv.br lá vc pode ver o filhote.

Final de março, começo de abril vou parir Inês. Como toda grávida, fico pensando como ela vai ser. Mas no final desses pensamentos eu torço feliz que ela apenas seja! Do jeito que ela for. E do jeito que for seja com saúde que é o mais importante!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nadando

A gente tá nadando. Aos poucos eu vou aumentando a quantidade de metros. Estou gostando, acho que Inês também, porque ela não reclama. Fico viajando que estamos as duas dentro d'água. Aliás viagem é um coisa que a pessoa fica mesmo quando está grávida. Eu mesma tento não ficar pensando muito nessa parte da formação da criança. Porque tá tudo na sua mão, ou no seu corpo, sabe? Uma responsa muito grande. Aí, como tento fazer em tudo na minha vida, prefiro levar leve.
Bora nessa, nadar, caminhar, trotar (a médica deixou correr de leve). Bora nessa se formar em paz, ter saúde, porque alegria tenho certeza que você vai ter.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ninar

São inúmeras as músicas maravilhosas para se ninar crianças. Lembro que até grandinha lá em Itamaracá a melhor coisa do mundo era ser ninada por mamãe cantando na rede. Dudu era bem mais novinho e sempre era ninado. Quando Dona Teca se preparava, colocava a rede no final do terraço e eu via que ia rolar sessão ninar, eu logo me abuletava pra aproveitar.

Eu vou ninar minha pequena Inês. Ponto. Claro que não vai ser no braço, sacudindo pra cima e pra baixo toda noite. Mas eu vou cantar pra ela as músicas que ouvi e que achava a expressão maior do amor. Vou sim colocá-la na rede e cantar as travessuras do macaco simão e da velha Firinfinfélia, o leãozinho caminhando sob o sol e o romance da bela Inês.

Vou de saltimbancos até a arca de Noé. Vou errar as letras e ela vai aprender assim, com a letra errada. E coitada, vai ter que ouvir a minha voz rouca e desentoada. Mas acho que no fim, ela vai amar e assim dormir em paz. Ela também vai saber que não vai ser toda noite. A gente vai encontrar o nosso equilíbrio.

Sete Cantigas Para Voar

Composição: Vital Farias

Cantiga de campo
De concentração
A gente bem sente
Com precisão
Mas recordo a tua imagem
Naquela viagem
Que eu fiz pro sertão
Eu que nasci na floresta
Canto e faço festa
No seu coração
Voa, voa, azulão...

Cantiga de roça
De um cego apaixonado
Cantiga de moça
Lé do cercado
Que canta a fauna e a flora
E ninguém ignora
Se ela quer brotar
Bota uma flor no cabelo
Com alegria e zelo
Para não secar
Voa, voa no ar...

Cantiga de ninar
A criança na rede
Mentira de água
É matar a sede:
Diz pra mãe que eu fui para o açude
Fui pescar um peixe
Isso eu num fui não
Tava era com um namorado
Pra alegria e festa
Do meu coração
Voa, voa, azulão...

Cantiga de índio
Que perdeu sua taba
No peito esse incêndio
Céu não se apaga
Deixe o índio no seu canto
Que eu canto um acalanto
Faço outra canção
Deixe o peixe, deixe o rio
Que o rio é um fio de inspiração
Voa, voa, azulão...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

É Inês!!!!!!

No nosso caso quem está para chegar é Inês. Viva! Eu vi (e ouvi) o coração, coluna e a carinha de gente já. Um cabeção, um bucho fofo, rostinho perfeito. Não sei Inês, mas o coração da mãe é de melão!


Clara e Ana
Boca Livre (ops,!) Palula avisou que a música é de Joyce!

Um coração
De mel, de melão
De sim e de não
É feito um bichinho
No Sol de manhã
Novelo de lã
No ventre da mãe
Bate um coração
De Clara, Ana
E quem mais chegar
Água, terra, fogo e ar

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

We share the same soul

Hoje faz 4 anos que eu o o Nego casamos. Quando a gente casa a idéia é viver para o resto da vida dividindo saúde, doença, alegria e tristeza. A gente jura isso pro Padre e pra todos que estão ali dividindo aquele momento. Aí a gente começa a dividir a casa, os afazeres, o cotidiano. Dividimos também sonhos, esperanças. Dividimos problemas e soluções, abusos e sorrisos.

A gente começa a dividir daqui, dividir dali e a gente acaba se dividindo mesmo, mas em todo momento a gente é a gente. Um água, outro vinho, um assim outro assado. O complemento um do outro, mas que não se mistura porque cada qual já é inteiro.

E a gente soma também. Quando um pega a característica do outro, ou aprende um com o outro isso é soma. E a gente vai construindo afeto. Agora essa pessoa que está vindo é quando a gente se mistura. É com o filhote que o nosso cordão umbilical está ligado para o resto da vida. A nossa maior divisão que resulta na maior soma. E viva, que coisa linda e mágica é isso. Agora a gente divide a mesma alma meeessmmooooo.

I've got an angel
She doesn't wear any wings
She wears a heart
That could melt my own
She wears a smile
That could make me wanna sing
She gives me presents
With her presence alone
She gives me everything
I could wish for
She gives me kisses on the lips
Just for coming home

She could make angels
I've seen it with my own eyes
You gotta be careful
When you've got good love
Cause an angels
Will just keep
On multiplying

But you're so busy
Changing the world
Just one smile
Can change all of mine
We share the same soul

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mãe X Profissional

Desde que engravidei todas as pessoas que sabem bem como é a minha labuta dizem logo pegar leve e tal. Pensei que fosse esparro, mas logo na primeira semana após a descoberta sangrei só de subir umas escadinhas. Aí dois dias de repouso. Um mês depois: suspeita de gripe suína no trabalho. Mais uma semana trabalhando de casa. E agora não vou mais para externa. Pra quem não sabe, produtora num set de filmagem se lasca. É a primeira a acordar e a última a dormir, é quem mais anda. No meu caso que faço a cidade do Recife: morro, escadaria acima e posto de saúde, escola e praças abaixo.

Agora surgiu uma proposta de um trabalho grande, mas que teria que viajar não sei quantos dias no sertão e agreste. Sete dias de filmagem acordando às 3h30 e terminando às 20h. Como já fiz muitos. Toquei. Repassei o trampo.

Não quero abarcar o mundo com as pernas, não quero fazer tanto esforço sem tanta necessidade. Do mesmo jeito que não farei campanha ano que vem porque quero amamentar meu filho até os 6 meses. Então é isso. No primeiro round mãe versus profissional, a mãe ganhou de nocaute. Certeza de que esse será o primeiro de muitos. Principalmente até essas atividades iniciais (bucho e peito) da maternidade terminarem.

domingo, 13 de setembro de 2009

Meninos eu vi


Nas últimas semanas nada acontecia. A barriga não crescia, assim só ficava o bucho maior, como se a pessoa estivesse mais gorda, sabe? A dor nas mamas (sim pq grávida não tem peitos, tem mamas) melhoraram e eles pararam de crescer. Continuam grandes, mas pareceram dar um tempo. Aí no meu caso que não sinto enjôo, ficava só o sono de mudança. Passou quase um mês assim e eu já estava me perguntado se era assim mesmo...

Aí, enfim, fizemos uma ultra na última sexta e eu vi. Tinha lá uma pessoa. Com braço, perna, dedinhos, coluna, bucho de guarú e um cabeção sem igual. O coração a 161 batimentos. Coisa linda, caiu a ficha. Aqui dentro tem uma pessoa. E ele/a dançou na hora da ultra, colocou a mão na testa. Parece um ET, a cabeça que é metade do corpo, os olhos ainda na lateral, pernas e braços curtos, mas já tá tudo lá. Um Etzinho mais lindo do mundo! Como eu quero sentir ele/a aqui dentro. Fico me concentrando pra sentir, agora que sei que ele/a se mexe.

Agora minha gente tudo isso é muito louco. Se a pessoa não tiver um juízo mínimo assim, endoida! O site informa que cerca de 250 mil neurônios são produzidos a cada minuto. Tá doido! Quero saber disso não. Quer dizer que se eu me estressar, se eu comer besteira, se tomar um susto ou se sei lá o quê vai formar um neurônio a menos e aí lascou. Quer dizer que desde que eu comecei a escrever aqui Inês ou Geraldo já produziram mais de 1 milhão de neurônios... Oxe, vôte. Quero ficar sabendo disso não!

Uma viagem isso. Depois do exame o Nego fica tentando ouvir a barriga. Abraçado com a barriga. Se pra gente que sente essas mudanças no corpo a ficha vai caindo lentamente, avalie pro homem... Que a única coisa que sente é a imediata mudança de humor. Pelo menos no meu caso, assim como os peitos (ops, mamas), está tudo exagerado. Muito riso, muito pranto, muita paciência ou nenhuma.

Mais grávidas:
Joana e Luiz Nara
Manu e Jota
Lila e o marido (que não lembro o nome)
Tati e Dirceu
Mari Fanta e Manuel

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Curiosa sem ansiedade

Curiosa pra saber se é menino ou menina. Curiosa pra ver nosso amor se bulindo em forma de gente. Tudo isso sem ansiedade. Sabendo já estar, sabendo que há de chegar.

Semana que vem tem outra ultra. Mari já fez a dela e disse: é carnaval aqui dentro! Coisa linda. Desejos imensas manhãs de carnaval para todas essas criaturas. Já sinto alegrias ensolaradas.
Como diria o Tim, risos, risos, risos pra festejar!!!!!

As 12 semanas estão mais pertinho. Amanhã começa a décima semana. O site informa que o embrião começa a ser um feto. Olha que chique, filhote! Você virando gente ahahah.

sábado, 29 de agosto de 2009

Sono

Comigo tem sido assim: você até vai pra farra. Porque no seu âmago você é totalmente farrista. E quer se convencer de que não tem nada diferente (risos). E tá morrendo de saudade do povo. E quer dividir as alegrias.

Você vai, toma 4 líber fica caindo de sono e enche o saco do povo pra voltar. Fica abusada e os maridos levam patadas.

Resolução 1 - Beber perto de casa
Resolução 2 - Ir de carro pra voltar na hora que quiser. Na hora! Nem 20 minutos a mais, nem a menos.
Resolução 3 - Nunca, nunca deixem pensar que você é o amigo da vez.

Cheguei da farra ontem à 1h30, com um sono enlouquecedor e dormi até 11h30 da matina. Isso pra mim é muito sono.

Ah, sim, tenha sempre paciência com aqueles que já são pais que SEMPRE vão dizer: "tá com sono? Aproveite pra dormir" e ainda tem outros que são catastróficos e dizem: "tá com sono? Aproveite pra dormir, você não vai dormir nunca mais. "

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

E tem mais

Xarlene e Dedé
Sandrinha e Fernandinho

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Na era da informação

Bem, é muita informação. Todo mundo que saiba uma receita, que dê um pitaco, que diga o que pode e o que não pode. A informação é diretamente proporcional às dúvidas. Avalanche de dúvidas seguidas de avalanches de sites e diálogos.

Depois de um início com muito tempo dedicado a esse tipo de informação, resolvi parar. O Nego confuso Nu perguntou com toda a tentativa de delicadeza que não lhe é peculiar: - Meu amor, não é melhor a gente ir sentindo as coisas por a gente mesmo não?

Ok, ok. Tem toda a razão. Agora não entro mais nos sites. Mas já tinha me cadastrado e recebo semanalmente emails dizendo como está o seu bebê. Aí deixa né, também não precisa ser tão radical (risos). Só para não perder o costume: o nosso já está na nona semana e deve ter mais de 20mm, já tem braço e perna. Um gigante!!!!

Das informações as melhores são as de mãe e de amigas que já tiveram baby's. Agora cuidado que todas, de quando em vez, exageram no que pode e o que não pode. Então usemos o famoso bom senso.

A quem interessar possa, estamos grávidos:
Carol e Nego Nu
Ana Pitanga e Irineu
Ju Romão e Laércio
Leila e Marcel
Mari Asfora e Eduardo
Neusa Neta e Cesar Rocha
Maria Chaves e Guila




domingo, 23 de agosto de 2009

Grande

Acho que são dois. Um do lado direito, outro do esquerdo. Os dois acima da cintura. O escapulário fica no meio. O sutiã não cabe mais. E tá só no começo. Temos mais 6 meses e 3 semanas. E ainda temos a amamentação. Mas não há de ser nada não. O leite vai ser uma delícia!!! Filhote vai amar!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ano fértil

Faz 10 meses fui fazer um mapa astral. No fim a senhorinha com cara de duende tirou uma carta: fertilidade. Depois disso passou-se um tempo, alguns meses. E junto com suas flores, desde abril desse ano, até abril do ano que vem, tive e terei alguns partos. O último, com certeza o mais importante do ano.

Alumia, o meu documentário filmado com Andrea Ferraz, é o que pode se chamar de um parto a fórcepes. Depois de longos 10 anos da idéia, três anos de filmado e dois de editado, parimos o filho. Foi preciso o Ateliê (produtora dos meus amigos Maia e Barretinho) pegarem as colheres metálicas para tiraram o menino do ventre materno. Não faltava ventre porque fomos dois: eu e minha companheira Déa. Enfim, tá no mundo. Eu fico só tentando cuidar, levar o documentário pelos melhores caminhos, para mais pessoas verem. Já Déa, gosta mesmo é de gerar, depois que ele é do mundo (ela já me disse ) que vá.

Na sequência, final de junho eu e o Nego parimos nossa casa. Foram 7 meses de reforma. Um bebê pré-maturo, mas no caso de uma reforma já tinha passado do limite dele. Já estávamos em sofrimento. Agora a gente nem lembra mais do parto, de tão gostoso que é o ninho.

Início de agosto, foi o Pé na Rua. Programa gerado a vários ventres. De embrião triste, vida gerada pela morte. Coisa estranha de escrever. Um sonho acalentado em vários juízos. Esse filho dá trabalho e muito orgulho. Ele tem como uma contagem regressiva eterna no meu pensamento. Sou uma das responsáveis por arranjar a força pro coração do programa bater. Tenho que arranjar dinheiro pra ele sobreviver. Eita negócio complicado. Um parto que vou ficar sempre parindo, como se fosse um filho especial. Proporcional a isso são as alegrias, um orgulho imenso e uma certeza de filho iluminado sabe? Especial mesmo. Essa semana tem homenagem na Câmara dos Vereadores ao programa, que chique né? Vai no site www.penarua.tv.br lá vc pode ver o filhote.

Final de março, começo de abril vou parir Inês. Como toda grávida, fico pensando como ela vai ser. Mas no final desses pensamentos eu torço feliz que ela apenas seja! Do jeito que ela for. E do jeito que for seja com saúde que é o mais importante!!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Eu sou ex e futura

Sou ex-fumante
ex-boêmia
ex-corredora
ex-cachaceira
ex-comedora de doces
ex-frequentadora de lugares com muita gente (invenção essa gripe suína)

Sou futura mãe. Ok a vida mudou.
Confesso que tá estranho. Não é ruim, nem bom: é estranho. Sem sofrimentos nem melancolia. Só me encontro em outro estado. Gerar um filho é divino, mas fazer isso e ainda beber, fumar e tudo mais, seria ter tudo demais, né?

ps1: não acredite na mãe que fala que a maternidade se instala no primeiro trimestre e você acha isso tudo besteira, sublima tudo porque você tá gerando um filho. Olha que eu me preparei, mas você nem se acha muito grávida porque nem a barriga aparece, no meu caso não estou enjoando (ufa). Então tá tudo igual. Sem a vida de antes.

ps2: ainda bem que eu não sinto vontade de fumar, agora de beber, tomar sorvete e de correr. Putz!

ps3: hoje é sexta, 19h30 e nesse finde teremos 389 shows legais na cidade.

ps4: a antena da minha televisão está ruim e a sky ainda não chegou.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Menino é bóia

Não bastava Juliana e Mariana (as minhas primas), nem Ana minha amiga desde os 3 anos. Agora Neusinha também tá de bucho. É um baby boom! Agora vai ser melhor pra fofocar de menino. Ficar dividindo as histórias e principalmente, dividir e multiplicar amor.
Verão de 2010/11 todas essas crianças lindas, lindas na mesma piscina de plástico enquanto a gente (enfim) vai tomar cerveja!


Amigo

Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada
Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo da minha chegada
Você que me diz as verdades com frases abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pai pré-natal

O Pai no pré-natal é um cara meio confuso. A mulher tá grávida, mas não tem bucho e quando tem parece que é demais. Dentro dela tem o filho. Dele. Deles. Por enquanto parece que o filho é mais dela, só que imensamente (claro) dele também.

Enquanto a mulher faz um monte de exames, ele só precisa dizer o tipo de sangue. Só isso. O máximo que o cara pode fazer é acompanhar e pentelhar. Aí já que eles só podem fazer isso e pentelhar é sempre bom, eles se dedicam. Baixinha, você vai mesmo comer isso? Ihhhhh que ódio eheheheh.

Acompanhar na ultra-som é o melhor de todos. Há os que choram, os que não perdem uma, os que seguram na mão e principalmente os que não sabem o que fazem com as mãos agora o rostinho é sempre o mais besta de todos e um sorriso bobo sempre. Se achando (risos). Com toda razão

domingo, 2 de agosto de 2009

Eu quero mesmo assim!

Eu só queria saber porque tanta gente quer ter filho se todos dizem:
1- Aproveite pra dormir agora, você não vai dormir mais nunca e agora você vai ver o que é ser casado.
2- Você vai ficar gorda (mais?)
3- 90% das gestantes mancham a pele
4- Mamas: elas podem aumentar 3 vezes. Aí é pau. Pelamordedeus para onde vou? Fantasia da vaca (da vaca e o frango) prontinha pra sala de justiça no carnaval 2010.
5- Coluna: para sustentar o peso extra, o eixo de equilibrio se desloca e as grávidas mudam de postura. A partir do terceiro trimestre, há uma acentuação da lordose. Ou seja, você vai ficar um vaca pata peituda.
6 - Estrias: como o volume de gordura sob a pele aumenta demais, as fibras da derme distendem e podem se romper. Pior: uma vaca, para peituda cheia de estrias
7 - Varizes: A progesterona e o estrógeno relaxam as paredes das veias e aumentam o risco de dilatação. Enfim, varizes, valei-me.
8 - Inchaço: A progesterona facilita a retenção de água, enquanto o aumento uterino comprime a veia cava, no lado direito do corpo. A circulação desacelera e o sangue se acumula nas pernas, pés e tornozelos. O famoso pé de bombo!
9- Estômago, instestino e bexiga: todos vão ficar apertados. Prisão de ventre, muita vontade de fazer xixi e etc.
De bom: os cabelos e pele ficam melhores.
De melhor: você que está pra chegar e todo o mundo vai ganhar mais cor! E cá entre nós, meu filhote. Eu tô me achando o máximo! Acho que mesmo vaca, peituda, pata e de pé de bombo vou continuar me achando mais o máximo ainda com você aqui dentro!
Viva Roberto Carlos que vê o mundo com outros olhos. Eu estou mais pro foco dele. Ufa!!!!

Força Estranha

Eu vi o menino correndo

eu vi o tempo brincando ao redor

do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
e a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
E o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Ceça

Manhã de sábado. No caminho que é para o Morro o Nego coloca Você é linda (Roberto Carlos) pra ouvir. Daí as lágrimas que andam super fáceis de aparecer, brotaram de túia.
...Espero que tenha sido com muito amor
E seja quem for há de achar também você tão linda
Esperando neném

Seus desejos serão todos satisfeitos
Importante é que você saiba esperar
Sua voz ensaia a canção que um dia
Muitas vezes com ternura vai cantar

Você vive pensando que nome vai ter
O amor que do seu
Próprio amor vai nascer
E esse amor você nos braços vai ter...

E aí fomos subindo no morro. Um caminho tantas vezes percorrido, e notei uma bandeira do Brasil. Pensei em tantas mulheres como eu que estão assim, lindas na vista de Roberto Carlos (por sinal a trilha sonora de um país né?). Chorei pensando na força delas. Sei, só de ver, como é difícil criar filhos nesse país. Mas a força da mulher, do amor, desse instinto ajuda. Faz de todos mais forte.

Quando chegamos lá na Santa, fiquei olhando. Agradeci com todo o meu pensamento. Ela parada o céu se bulindo. O Nego do lado de mãos dadas. A gente junto sabendo que está pra chegar o nosso amor em forma de gente, se bulindo.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Grão de amor, uma vida miúda

Vimos hoje. É verdade (é que a noiada de plantão ainda estava duvidando), lá está ele: um embrião. Dentro de um saco gestacional. O saco do tamanho de um feijão e o embrião menor que um grão de arroz. Aquilo lá é vida.

Estamos na 5a. semana e o site já nos informa que o filhote começa a formar o esqueleto, o coração, músculos e sistema nervoso central. Semana que vem já vamos ouvir o coração.

Eu continuo exatamente igual. Pensei que tava com muito sono, mas não é. Pensei que tava com cólica, mas são gases. Ainda bem que não pensei que tava enjoando ainda. Subi escadas e desci pensando que não estava com nada. Mas estou com um embrião, um filhote querendo colar direitinho e querendo ficar aqui. Resultado, sangrei um pouco. Pense num susto. Mas bora nessa. Acalmar o espírito e o corpo e ficar quieta. Passei dois dias de molho em casa e hoje fomos fazer essa primeira ultra. Ufa, já está tudo certo, tudo grudadinho. Todos dizem: até a 12a. semana tem que ter cuidado e muito.

Nosso grão de amor tá aqui. Uma vida, ainda miúda, a caminho.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cio da terra

Resposta do sonho de vida na brincadeira da verdade quando eu tinha 10 anos: casar e ter 5 filhos. Bem, 21 anos depois, dos quais 3,5 de casamento, 7 de análise, 9 de profissão e mais tantos de farra descobri que sou justamente essa mesma menina. Infelizmente o planejamento familiar não me deixa ter 5, mas dois quero com certeza.

Há quase dois anos, liberamos. Namoro vai, namoro vem, conta os dias, ansiedade, regime, médicos, conversas sobre isso, a droga da danada que chegou... É assim, a gente planeja tudo na vida e acha que um filho vai vir exatamente do jeito que você quer. No mês tal pra ter tal signo, exatamente entre uma campanha e outra, perto dali longe daqui pra ficar só um carnaval sem frevar e o parto vai ser normal e não vai doer tanto e vai ter o cabelo de um, o nariz do outro, o jeito pode ser dos dois. Enfim, diferente de um monte de coisas da nossa louca vida prática e pouco espiritualizada, filho é divino. Vem quando quer, do jeito que ele quer. E quando ele, no meu caso, finalmente está a caminho, tudo que você quer é o que ele parece já estar querendo: vir. Com saúde.

Porque existir, ele já existia há muito no meu juízo e já me ensinou a ter paciência, já me ensinou a ter fé. Hoje acho que vamos lá no Morro agradecer. Meus amigos Geraldo ou Ines já está aqui. Apesar da médica dizer que naturalmente ela achava muito difícil. Só não diria que seria impossível, porque na medicina nada é impossível. Realmente, Dra.

A fitinha de nossa senhora da Conceição caiu no dia do meu aniversário, sonhei com o exame dizendo confirma, e aí fiz no outro dia e ele deu mesmo foi positivo. Como diria meu amigo Kildare, espiritismo Bolinho. Então é isso: de presente eu e o Nego ganhamos um baby. Lindo demais. A ficha ainda tá caindo...


Cio da Terra
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A de vovó

Eu tenho parte com casa. Sou feito gato, gosto de canto. Acho que casa é o lugar da gente no mundo. Admiro quem pode ficar em qualquer lugar e fazer dele sua casa. Um gigante na arte das (des)amarras. Eu sou enraizada até o último fio de cabelo.

Tenho na memória, vivinho como se fosse ontem, o cheiro da casa de Campo Grande de Vovó Lili. Nítido, nítido e forte. Acho que porque foi lá que entendi o que era família. Antes morávamos fora do país e toda a família era aquele núcleo central que é a família de todo dia.

Na casa de Vovó não, tinha prima, primo, tias e seus companheiros. Tinha árvores e frutas que se podia pisar e sujar o pé descalço. Tinha pé de carambola com seu gostinho azedo e a melequinha no meio. Tinha banco de concreto feito de praça e tinha a pintasilga que cantava de galo e tomava banho todo dia fazendo o maior barulho e sujeira.

Tinha as aulas de crochê com Vovó e tinha a galinha guisada de Nete. Sim, tinha queijo coalho – do que derretia. Tinha férias inteiras lá e passeios de mãos dadas com a minha velha até o mercado da Encruzilhada. Lembro demais daquela pele fina de dedo grosso segurando na minha mão branca e gordinha. Guiando pelas ruas da cidade, pelos caminhos.

Depois de uns anos venderam a casa de Vovó. Fui das netas que esbrevejou, que assim não pode, não deveria ser. Mas minha súplica de criança foi silenciada pela razão dos adultos que venderam a casa e compraram um apartamento pra minha velha. Com menos de um ano, Dona Lili levou uma queda. Daí pra frente, foi ladeira abaixo.

Sem seu cantinho, aquele de sempre, minha voinha não tinha mais a graça da pintasilga. Não cantava no seu terreiro e sua alegria e juízo foi esmaecendo como areia no vento. Ainda bem que a gente tem cabeça pra dizer pro vento que tem coisa que ele pode levar, tem coisa que não.

O lugar da casa está lá, mas ela sofreu um incêndio e depois foi toda reformada. Não dá nem pra reconhecer. É que casa, diferente de gente, depois de reformada, é uma casa nova pra se conhecer.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Carinho

Ele é uma coisa que esquenta a alma. Pode ser beijo, gesto, toque, olhar, palavras. Pode ser silêncio, presença ou ausência.

Um jeitinho fácil de acarinhar nos nossos tempos é por email. Agorinha mesmo, tava abrindo o blog pra tentar postar alguma coisa, procurando apenas um dos milhares de assuntos que tão bulindo com meu juízo, e chega o email.

Simples assim, vê:
Amiga,

Desejo a você uma excelente Páscoa, que além de muitos ovos de chocolate, traga muita Saúde, Amor, Felicidade e Carinho ......

Feliz Páscoa!


Oxi, como assim? Eu conheço essa pessoa faz tão pouco tempo, só encontrei 2 vezes e falo no máximo uma vez por semana ao telefone pra pedir orçamento, autorizar o aluguel de equipamentos e confirmar a finalização pra emissão da fatura. É o que se pode chamar friamente do clássico fornecedor. Simpática, mas fornecedor. Até me indicou pra um trabalho (que nem pude fazer). Enfim, simpatizamos uma com a outra. Mas confesso que fiquei intrigada.

Será que é spam? Deve ser, né? Atendimento pro cliente e tal. Mas tem um curioso Amiga... Aí coloquei pra responder pra todos. E todos era só ela. E eu adorei. Feliz Páscoa.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quando não se finda

Na semana anterior ao carnaval meu companheiro de trabalho, partiu. Vencido por um câncer fulminante, meu velho Teo se foi. Um gigante! Tive a sorte de conviver quase que diariamente com ele nos últimos 4 anos. Era minha “pareia”. Não tê-lo mais no contato diário dá uma dor de rachar o peito. Agora ter tido a oportunidade de viver tão intensamente com ele, me dá um orgulho maior ainda do que essa dor que uma hora, tenho certeza, vai desistir de latejar.

Ele é um cara incrível. Um cara do bem. Tomamos muitas juntas, rimos demais, criamos juntos e mais do que tudo isso, sempre tivemos fé nas pessoas e achamos as belezas nelas. Ele no enquadramento, na imagem e eu na palavra. Quase sempre a gente voltou com uma sensação boa que move essa nossa vontade de trabalhar.

Teo morou em Angola. Filmou a guerra e o processo de pacificação. Passou por caminhos difíceis, escapando de minas pra denunciar as condições daquele povo. Ensinou muita gente lá a se comunicar usando as lentes da câmera. Fez escola.

Ele tem lá aquele jeitinho de professor. Um pouco reservado, parece tímido, mas quando ele bota o bigode pra frente fazendo bico, abre o sorriso e o olho brilha você descobre que a reserva é puro charme.

Eu falo tudo dele no presente. Todas as lembranças estão guardadas no fundo falso da gaveta do coração que é pra ninguém levar. São minhas. São lindas. No carnaval a chuva chorou demais. Não tenho mais as imagens dele, mas a imagem dele está guardada para sempre em mim. Uma aluna desse professor que me ensinou a ver o mundo um pouco mais simples. Quem me ensinou a gostar de baobás e saber onde eles ficam, me ensinou caminhos de barracas pra tomar cana e me ensinou o respeito do silêncio.

Fica com Deus, meu velho. E pode ter certeza que, como os baobás, as pessoas vivem milhares de anos. Só morre quem a gente quer e como só eu tenho o caminho do fundo falso da minha gaveta, você não vai morrer nunca.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Caminhada de obstáculos

O resto da caminhada foi pauleira. 70km de lascar. Muito sol na moleira, o agreste ficando mais rude. Não sei se pra contrastar com a natureza, ou por costume mesmo, mas o povo vai ficando mais doce, mais gentil. Inúmeras são as chamadas para água, há ainda quem ofereça suco, biscoito e terraço pra fugir um pouco do sol. Os mais abastados até um bode e festa para o ano que vem já prometeram. Sempre ficava feliz da receber aquela energia maravilhosa desse povo.

Os calos resolveram calar. Com seu silêncio, o juízo voltou a falar novamente e a caminhada segue como processo de meditação e de auto-conhecimento. O sol abrasador fazia os 30 e poucos km diários duplicarem de tamanho. Resolvi então fazer pequenas metas. O meu objetivo sempre era chegar ao próximo ponto de parada.

Foi assim que, de grão em grão, enchi a alma. Enchi de alegria com o povo do nosso país, com a nova família de peregrinos e com as músicas cantadas e dançadas como sempre. Enchi de esperança, pra saber esperar e acreditar na espera. Enchi de humildade porque aprendi que às vezes é preciso ter calma e saber seu limite. Enchi de paciência por aprender a respeitar o jeito dos outros. Enchi de fé.

Cheia de vida, chego com o desejo imenso de gerar outra. Cheia de vida, chego com o desejo imenso que as pessoas queridas que estão com o corpo doente fiquem bem.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

De pés na estrada

Troquei de o tênis por uma papete, a meia grossa por duas finas e a costura dos pés por esparadrapo. De cuias rearrumadas, reencontrei o grupo em Limoeiro. As meninas já estavam com o quarto parecendo um cortiço. Calcinhas, camisas, calças e meias (muitas meias) penduradas em um varal improvisado no quarto. Antes de dormir elas me colocaram a par das trelas do dia e só conseguimos dormir bem tarde. Adolescência peregrina.

Para surpresa geral do grupo, voltei. No meu juízo estava certo: vou andar o que aguentar. Aguentei justos 20km. Cometi o erro de colocar um compeed (tipo uma segunda pele que protege o calo) em um calo já costurado e o que era só um calo virou um calo de sangue. Enfim, aquilo tava me doendo que só. Aí peguei uma Toyota (melhor meio do transporte do Agreste) e fui bater no próximo ponto de encontro. Mesmo sem caminhar, Sr Aldo, o motorista, estava achando aquela caminhada o máximo. Fazia alguns dias que via a gente andando e disse logo que ele mesmo não conseguia andar nem 5km.

- Consegue sim Seu Aldo. A gente nem pensa, mas consegue.
- Oxi, tem jeito não, dá logo um suador.
Conversa vai, conversa vem, logo fico sabendo que Seu Aldo tem aquela Toyota, mas tem também caminhão, telelei, telelei
- Pronto dona é aqui.
- Obrigada Seu Aldo, quanto foi?
- Oxi Dona, posso cobrar não. Vocês tem coragem de mamar em onça, faz até medo cobrar.
- Oh Seu Algo, obrigada, obrigada mesmo.

Desci na barraca de Seu Zé. Expliquei o de sempre:
- Não, não é promessa. É uma caminhada. Saímos de Jaboatão e vamos até Taquaritinga do Norte. É. Isso. Vamos. Posso sentar aqui um pouquinho? Deitar nesse banco? Obrigada.

A barraca do Seu Zé é essa aí da foto. Tudo que tem são as bolachas, uns utensílios domésticos, cerveja, pinga e a água preta do capitalismo. E só tem normal, zero não tem não. E está quente, gelada acabou. Seu Zé, gosta muito de falar não. Ótimo, eu tava com muita dor, tirei o compeed e aí o pé sangrou. Tava p da vida, também não tava pra muita trela não. Será que agora vou ter que parar mesmo?

Fico lá na barraca esperando as meninas e depois de um tempo chega uma família que vai pra São Paulo. Beijos, abraços, desejos de boa sorte e lá vão eles de Toyota. Depois chega outro Zé.
- Quanto é?
- 47 reais
- Óia aqui. Bota outra.

Pronto. Foi só isso que eles disseram. O outro Zé pagou a Zé, o dono da barraca, o pindura, tomou outra bebida e ficou lá 30 minutos. Silêncio. Poderoso silêncio. As meninas chegaram esfoladas e o outro Zé para o Zé dono da barraca:
- Me empresta 5 reais.
Agora para Lenira:
- Toma moça.
- Não Sr, a gente não precisa não
-Mas tome, vocês vão precisar, tome.
- Sr, pode ficar, muito obrigada, muito obrigada mesmo.
Que cena! Ele dando o que não tinha pra gente. Que bom que ele ficou com os cinco contos, que pra ele ia fazer falta porque o que ele deu encheu a gente de esperança. O que ele deu, não se compra e nem se vende.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Pausa e Globo


É, parei. Ontem andei 5h30 com dor. A sensação de andar com as bolhas é de pisar em estilhaços de vidro quente. Aguentei péssimos 20 km e toquei. Pensei, não estou pagando promessa, isso aqui é pra ser prazer. Podia até ser com um pouco de dor, mas com tanto assim, não dá não... Resultado: voltei pra dormir em casa, cuidar dos pés e vou me organizar pra voltar hoje ou amanhã. É só uma pausa, não é game over não!


A caminhada de ontem foi de Tiúma até Carpina, passando por São Severino dos Ramos e Paudalho. Aí a estrada é mais urbanizada e descobrimos que todo mundo viu a matéria do NETV. O povo saía das suas casas pra desejar sorte e fé e pra perguntar se a gente precisava de alguma coisa ( e eu cá comigo, de uns pés bem calejados feito o seu). Lenira, mãe do meu amigo Camarão recebeu até uma foto de uma criança para ir acompanhando durante o percurso e deixar lá em Santo Amaro. Ela disse que demorou pra entender porque a senhora tava dando a ela uma foto, mas quando ela disse:
- É porque ele tá doentinho...a senhora pode levar pra fazer a reza?
Lindo isso né? Caminhos de fé.

Na minha caminhada de ontem só martelava duas palavras na minha cabeça: limite e determinação. No meu juízo, pensei que limite é uma linha que a gente não deveria chegar. Tem que ter juízo para parar antes. Determinação é um combustível que faz nosso juízo chegar onde a gente quer. Querer é bom. Querer coisa boa é melhor ainda. Não precisa querer pra estoporar o limite. Querer é bom quando é dentro do limite de cada um.

Em 2009 quero novamente um monte de coisas. Viva! Sonho com coisas que vou ter que ter determinação, vou precisar me reinventar. Vou tentar fazer tudo isso no meu limite.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Esporte para o espírito


Cá estou novamente em um novo caminho. Esse não é chique, não é nas zooropa. É aqui mesmo, se chama de Santo Amaro porque sai da Igreja de Santo Amaro de Jaboatão e vai até a Igreja do mesmo Santo em Taquaritinga do Norte. São 160km em 6 dias. Tudo beleza, se não fosse o calor e a beira de estrada. Esqueça a delícia do Caminho de Santiago de Compostela. Aqui é Santo Amaro de Mortadela!!

Durante o caminho resolvi prestar atenção nos caminhantes diários da região. Aqueles que andam de lá pra cá normalmente. O primeiro que atravessou o meu caminho vinha com uma bicicleta cheia de cajus.
-Moça, que mal lhe pergunte, porque vcs estão vindo tudo de pés? Tão indo pra onde?
- Oi Amigo, é que a gente gosta de caminhar.
- É que a senhora mora em Ricife e só anda de carro e oinbus né? Aí agora vai de pés... Muito bem, tome um cajuzinho pra senhora.

Caju delícia de relembrar os tempos de criança e a certeza de concordar com ele que já sacou tudo. Cruzamos também com seu Tonho que trabalha com palha e ia muito bem pela estrada com uma jaca super equilibrada na cabeça e as mãos cheias de palha.
- Posso tirar uma foto?
- Pode sim senhora
- O senhora mora aqui perto?
- Moro em São Lourenço, graças a Deus.
- E o senhora trabalha com Jaca?
- Não, com palha mesmo!

Que idiota que eu sou. Se ele trabalhasse com jaca não ia só com uma na cabeça, né? Ia era com um fardo, como era a quantidade de palha na mão dele. Uns quilômetros adiante: uma casinha simples cheia de cesta, baús e mais um monte de artesanato em palha. Era linda a casa. Eita povo lindo. De uma simplicidade e uma paz incrível.

Bem, muita gente parou na estrada perguntando se era promessa. Pq danado umas 30 pessoas iam andando com uma bandeira branca e um cajado na beira da estrada? BEm, tem gente que é promessa mesmo, tem gente que faz só para andar. Ouvi hoje de um caminhante de outras terras que é um exercício para o corpo e para a alma. Que a gente faz pra ficar mais leve.

É isso mesmo. A gente anda pra ficar mais leve e na alma a gente acaba é se encontrando com a gente mesmo e sabe do quê mais? Muito prazer, Carolina!

Mãe tá tudo bem, fora 3 calos gigantes... Já estou com os pés costurados em 4 pontos. Tá ardendo que só!!! Hoje foram só 24km, amanhã serão 28. Espero que eles aguentem chegar aos 160km! Vou dormir no chão do Sesc de Tiúma. Ufa tem ventilador de teto e o banho é bom!!! Amanhã sairemos às 4h da matina. Nego, vou rezar por voinha em São Severino dos Ramos.